quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A teoria!!

São Paulo, 12 de setembro de 2013

Passagens – De onde eu vim e para onde vou? Chegadas e partidas! O que é o passaporte? Já é algo do ser estrangeiro...


Falamos um pouco do documentário sobre Marina Abramovic (O artista está presente). Ali tudo é encenado. A vida dela é encenada! Ela escolheu ter uma vida de representação. Há uma cisão entre a representação e atuação! Ela é uma persona que vive a sua representação, que escolheu viver a sua arte em tempo integral. Até mesmo no momento em que ela está doente, no documentário, tudo é representado – a roupa de cama, o modo de lidar com a sua própria dor... Atua o tempo todo!

Lemos: “CORPO CÊNICO, ESTADO CÊNICO” de Eleonora Fabião; “Ser fiel àquilo de que somos feitos. E de que somos feitos? O horizonte: uma linha de céu e de terra. O corpo: um horizonte vertical. Corpos: horizontes tocáveis. Céu e terra: partes do corpo.”

Estética relacional – Aqui há um ponto bem importante para discutirmos sobre o trabalho que fazemos nas ruas de SP... Como é se encontrar com as pessoas? Como se aproximar? Como é a recepção?  Para que não seja algo banal – cotidiano demais... Os dispositivos para abordagem é que devem ser pensados! O que pode ativar a memória das pessoas? Como? De quantas maneiras é possível? Quais sentidos podem servir como ponte de acesso? Afinal como é que eu registro um cheiro?

Mostrar imagens que provoquem memórias... Provocar uma sensação para depois elaborar o pensamento sobre a sensação! Será esse o caminho? Como pode ser a memória do momento presente? Como se registra a memória do espaço? E a que nos servem essas memórias? Como palhaços, como grupo, como pesquisa...? Porque é que a memória nos chama agora? O que a memória tem a ver com o palhaço?

De onde vem o carisma? É o prazer de estar aqui! – (Angela de Castro)

Quando não estamos falando com as pessoas, acabamos provocando um outro olhar sobre o palhaço. Há consciência do estado do “corpo” na rua, mesmo quando não abordamos as pessoas... Há uma ação sendo feita! Algo provoca as pessoas a se movimentar. Provocação a partir do espaço!

Qual a diferença entre performance e atuação? Pensemos!

Referências para entender o que é performance: Yves Klein (performer), Dramaturgia surrealista, Grupo Fluxus, “Brigadeiro de Colher” – Inhê Maria (grupo)


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Documentário Marina Abramovic


São Paulo, 11 de Setembro de 2013
Fizemos no dia 11/09 uma sessão filme e pipoca (tudo bem que só ficamos com o filme, e nada de pipoca) e o filme do dia foi o documentário do ano de 2010 da performer “Marina Abramovic -  Artista presente” um documentário proposto pela mestra Suzana Aragão, para nos alimentar na criação do nosso espetáculo/intervenção, com o Programa VAI 2013 dentro do Projeto “Trupe DuNavô descortina a rua”.

Esse documentário conta um pouco da carreira da artista e mostra trechos da performance “Artista Presente” onde Marina Abramovic permaneceu sentada, imóvel e em silêncio, sete horas por dia, seis dias por semana, totalizando 736 horas, em uma das performances com maior duração da história da arte. O visitante pegava uma senha para estar por alguns minutos diante dela. Praticamente imóvel, a artista fitava profundamente o estranho. A troca de emoções, apenas pelo o olhar, contagiava quem passava por perto, em momentos únicos capitados intimamente pelas câmeras. Lindos momentos onde se pôde ver pessoas de todos os tipos, raças, idades e crenças sentados ali, apenas trocando olhares.


Mas o que tem a ver palhaço com uma exposição no Museu de Arte Moderna (MOMA) Nova York? Pois é... Era isso que nos perguntávamos também ao assistir o documentário! Mas ai fomos nos apegando principalmente na obra que dá título ao documentário “Artista presente”, onde conseguimos relacionar muitas coisas com o nosso trabalho, começando pelo local onde ela estava: Nova York - uma cidade onde se corre 24h por dia, são turistas de todos os lados, 5º, 6º, 7º, centenas de avenidas, tudo corre, nada para, e ai vem uma artista e propõe essa quebra na rotina, esse olhar para si, esse silêncio no meio do corre- corre, essa parada para descortinar um outro lugar em si.
Bingo!! Chegamos onde queríamos! Nós nas ruas (embora com BEEEEM menos experiência que ela) procuramos também fazer essa quebra na rotina dos centros comerciais, procuramos encontrar, trocar, cantar e escutar pessoas. Esse documentário nos trouxe várias ideias e estímulos para irmos as ruas do centro comercial, com um novo olhar para ele e para as pessoas que nele estão!

Obrigada pela BRILHANTE contribuição, Senhora Marina Abramovic!

Veja: Trecho do documentário http://www.youtube.com/watch?v=OS0Tg0IjCp4

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Desculpe, agora não, estou ocupado!


São Paulo, 15 de agosto de 2013 – Santa Cecilia

Fazia frio, MUITO frio, mas lá partimos nós muito bem agasalhados para as ruas da Santa Cecilia, para mais um dia de intervenção do projeto do Programa VAI: “Trupe DuNavô descortina a rua!”
E a proposta dada pela mestra Suzana Aragão foi ir para a rua com palhaços  blazes”. Como seria isso? Essa figura que, normalmente, joga com o que as pessoas dão para ele na rua, que sempre tem uma carta na manga para subverter um pensamento lógico, que está sempre “disponível” para o respeitável público... Naquele dia não pode dar atenção a ninguém, não tinha tempo, estava resolvendo assuntos muito mais sérios e importantes, não podia simplesmente tocar uma música ou então acenar em resposta a um cumprimento vindo do outro lado da rua!

Pois é... Assim fomos para a rua, e não podíamos falar com ninguém, essa era a regra da brincadeira! Ouvíamos ao longe: “Ei palhaço, tudo bom?” e nós muito sérios respondíamos: “Não posso falar com você agora, estou muito ocupado, me desculpe”.

Foi curiosa essa relação criada, pois em nosso dia a dia todos estão acostumados a ignorar as pessoas e sempre dizer não! “Agora não posso! Agora não quero!” Mas quando alguém recebe um NÃO de um palhaço, imediatamente se coloca em um outro lugar, ela fica num estado de curiosidade latente, é como se dentro dela algo dissesse: “Mas espera ai... porque eles não querem falar comigo?” E ai ela começa a observar para entender o que esses palhaços estão fazendo de tão importante que não podem responder ao seu aceno de “oi”.

Foi assim que começamos a descortinar a rua e as pessoas que nela passam! As pessoas param de fazer o que estão fazendo no momento para ver o que  três figuras tão ocupadas estão fazendo de TÃO importante... E em alguns momentos até se formou uma plateia, pois as pessoas paravam para entender o que estávamos discutindo, e eis que ai veio a surpresa: nos descobrimos exímios pensadores dos pensamentos mais bobos, e entre nós três discutimos os mais diversos assuntos, desde a gravidade do planeta Terra até a terrível questão: “o avião tem asa e voa, a galinha tem asa e não voa por que?”


Foi interessante perceber a reação das pessoas ao verem três palhaços, ali enfurnados em “seu mundinho”, discutindo coisas que para elas não fazia o menor sentido.


Ideias... e mais ideias...



 

 
 
 



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Homem Bala



São Paulo, 2 de Agosto de 2013


Outro campo
Outra Linguagem
Outro corpo
Outro estado
Outro tempo

Tudo só

Sem um outro 
Eu x eles
Balas
Bilhetes
Antigo centro

Um Homem
Uma Multidão
Tempos Distintos
Desencontros
Esbarrões

Questões

Louco
Terrorista
Lunático
Viajante
Artista

Um vácuo
Um respiro
Um suspiro
Uma bala 
Uma Bomba

Bum

Escuro
Neblina
Silencio
Destroços
Feridos

Tudo na mesma!

*Reflexão a partir de uma performance sugerida por Caco Mattos no bairro do Brás. A proposta consistia em um homem vestido de branco com bombons pendurados em sua roupa, junto com trechos de poemas, caminhando nas ruas, sem buscar uma relação direta com o público.