quinta-feira, 9 de agosto de 2012

27 de Julho... um outro olhar

Foi naquele 27/07, era uma quarta feira, tudo parecia normal no bairro de Santana, havia muitas pessoas nas ruas. Como de costume era um vai e vem de carros, os sons das lojas eram altos, uns vendiam outros compravam, outros passeavam... Tudo normal. Uma quarta feira comum como outra qualquer. Estação Santana cheia como sempre, com filas e mais filas de ônibus. Vejo lá no fundo em uma das filas, uma senhora, que estava com fone de ouvido, ouvindo uma música (e sabemos que quando estamos com fone de ouvido ouvindo música na rua, nos desligamos do mundo, ou melhor, ficamos em outro mundo), e pude perceber que com essa senhora não era diferente, ela estava ali com seu fone, olhando para baixo e sempre muito séria, sem saber o que passava ao seu redor. Até que surgiu na sua frente uma bolinha de sabão, a senhora depois de muito tempo de cabeça baixa, levantou e começou a procurar de onde viria aquela inesperada bolinha de sabão em plena Estação Santana... Quando ela descobriu que aquela bolha vinha de três palhaços que andavam por ali naquele dia, imediatamente ela tirou o fone e lá de longe ficou observando as estripulias do trio, e eis que em seu rosto (até agora muito sério) surgiu um tímido sorriso. De longe a trupe acena para ela, que responde com um sorriso maior. A trupe seguiu seu caminho e a senhora os acompanhou de longe até eles dobrarem a esquina e deixarem para traz o terminal.

Fiquei ali parada por algum tempo e aquela senhora continuou sorrindo. Comentou algo com a moça da frente, que também sorriu, e a aquela “normalidade de quarta feira” se modificou por alguns minutos.
De fora pude observar o quanto esse trabalho atinge pessoas indiretamente; por que às vezes nos deparamos com pessoas que não querem se aproximar por diversos motivos, ás vezes elas só querem ,ou só podem, ficar ali no cantinho delas e acompanhar o trabalho de longe, como foi o caso dessa senhora no ponto de ônibus, e não é por isso que elas deixam de ser afetadas pelo trabalho. Mas também existem as pessoas com quem agimos diretamente, pessoas que querem estar ali conosco brincando, conversando, jogando junto. Como foi o caso do Sr. Ademir, um porteiro que assim que chegamos, já abriu um sorrisão e começou a brincar, e ali com o Sr. Ademir ficamos quase 10 minuntos, só brincando, dando risada, falando bobagem. E quando saímos ele me pegou pelo braço e disse: “Sabe minha filha, as pessoas não entendem que o importante da vida é sorrir , não importa se você tem dente ou não, se é gordo ou magro, o importante é sorrir SEMPRE. E vendo esse trabalho de vocês, muitos devem pensar: 'mais que bobagem, por que eles estão fazendo isso?' Mas as pessoas tem que entender o significado dessa bobagem, entende? Muito bonito o trabalho de vocês filha, que Deus os abençoe e que permita que vocês continuem fazendo essas bobagens por muitos e muitos anos”.
Muito obrigada você Sr. Ademir e a todos que me deixaram observar naquele 25/07, que a Trupe DuNavô ganhou mais um tanto de “Amigos...Colegas...Seres Humanos Palhaços”

Gabi Zanola (Pamplona) - que nesse dia foi trabalhar a paisana!

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