Foi naquele 27/07, era uma quarta feira, tudo parecia normal no bairro
de Santana, havia muitas pessoas nas ruas. Como de costume era um vai e
vem de carros, os sons das lojas eram altos, uns vendiam outros
compravam, outros passeavam... Tudo normal. Uma quarta feira comum como
outra qualquer. Estação Santana cheia como sempre, com filas e mais filas
de ônibus. Vejo lá no fundo em uma das filas, uma senhora, que estava
com fone de ouvido, ouvindo uma música (e sabemos que quando estamos com
fone de ouvido ouvindo música na rua, nos desligamos do mundo, ou
melhor, ficamos em outro mundo), e pude perceber que com essa senhora
não era diferente, ela estava ali com seu fone, olhando para baixo e
sempre muito séria, sem saber o que passava ao seu redor. Até que surgiu
na sua frente uma bolinha de sabão, a senhora depois de muito tempo de
cabeça baixa, levantou e começou a procurar de onde viria aquela
inesperada bolinha de sabão em plena Estação Santana... Quando ela
descobriu que aquela bolha vinha de três palhaços que andavam por ali
naquele dia, imediatamente ela tirou o fone e lá de longe ficou
observando as estripulias do trio, e eis que em seu rosto (até agora muito
sério) surgiu um tímido sorriso. De longe a trupe acena para ela, que
responde com um sorriso maior. A trupe seguiu seu caminho e a senhora os
acompanhou de longe até eles dobrarem a esquina e deixarem para traz o
terminal.
Fiquei ali parada por algum tempo e aquela senhora
continuou sorrindo. Comentou algo com a moça da frente, que também
sorriu, e a aquela “normalidade de quarta feira” se modificou por alguns
minutos.
De fora pude observar o quanto esse trabalho atinge pessoas
indiretamente; por que às vezes nos deparamos com pessoas que não
querem se aproximar por diversos motivos, ás vezes elas só querem ,ou só
podem, ficar ali no cantinho delas e acompanhar o trabalho de longe, como
foi o caso dessa senhora no ponto de ônibus, e não é por isso que elas
deixam de ser afetadas pelo trabalho. Mas também existem as pessoas com quem
agimos diretamente, pessoas que querem estar ali conosco brincando,
conversando, jogando junto. Como foi o caso do Sr. Ademir, um porteiro
que assim que chegamos, já abriu um sorrisão e começou a brincar, e
ali com o Sr. Ademir ficamos quase 10 minuntos, só brincando, dando risada,
falando bobagem. E quando saímos ele me pegou pelo braço e disse: “Sabe
minha filha, as pessoas não entendem que o importante da vida é sorrir
, não importa se você tem dente ou não, se é gordo ou magro, o
importante é sorrir SEMPRE. E vendo esse trabalho de vocês, muitos devem
pensar: 'mais que bobagem, por que eles estão fazendo isso?' Mas as
pessoas tem que entender o significado dessa bobagem, entende? Muito
bonito o trabalho de vocês filha, que Deus os abençoe e que permita que
vocês continuem fazendo essas bobagens por muitos e muitos anos”.
Muito obrigada você Sr. Ademir e a todos que me deixaram observar
naquele 25/07, que a Trupe DuNavô ganhou mais um tanto de
“Amigos...Colegas...Seres Humanos Palhaços”
Gabi Zanola (Pamplona) - que nesse dia foi trabalhar a paisana!
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