sábado, 15 de dezembro de 2012

A nossa lona do tamanho do céu



Relato sobre as apresentações do espetáculo: “É mesmo uma palhaçada” na praça Margarida em Santana

Fez chuva, fez sol, teve pouco público, teve muito público...
Cada dia de apresentação na Praça Margarida foi uma viajem única. O espetáculo está todo diferente, estamos maiores, o cenário está todo trabalhado – até os mínimos detalhes. É tão bom poder compartilhar essa conquista com o público. Tem gente que veio de longe pra nos ver e tem gente que só estava passando e resolveu parar um pouquinho e ficou até o fim.  Tem sido gratificante...
É bom poder apresentar numa praça, não podíamos fazer ideia de que iria ser tão bom. A experiência deixa vontade de quero mais. A rua já nos tinha dado gratas surpresas esse ano e a praça veio pra nos brindar. Sabe o laço de fita com que se fecham os presentes? A praça margarida é nosso laço. É nela que estamos encerrando esse projeto. E ela tem sido o laço mais bonito que poderíamos por nesse presente que ganhamos ao ver nosso projeto se realizando.
Tivemos a grata surpresa de ter como público alguns moradores de rua – as pessoas que melhor conhecem aquela praça isolada de Santana. Alguns eram crianças que não percebem que já cresceram, ou melhor, são crianças num mundo de adultos – os “Peter Pans” do asfalto... Eles, sem sombra de dúvida, foram nosso melhor público! Aqueles a quem todos dedicam tanto preconceito foram o mais receptivo dos públicos. Riram, questionaram e se entregaram de alma ao que lhes oferecemos. Na verdade quem ofereceu algo foram eles, nos ofereceram os mais belos sorrisos que poderíamos sonhar...
Recebemos tantas pessoas que seria difícil falar de todas, mas esse relato é uma tentativa de agradecer ao carinho de cada um que foi nos prestigiar. Aqui deixamos nosso muito obrigada aos amigos de longa data e aos que fizemos recentemente, aos familiares, aos colegas de trabalho, aos seres humanos todos com quem tropeçamos nesse ano e que tropeçaram em nós também e, é claro, as dezenas de palhaços que habitam as ruas e bairros de São Paulo. Foi um prazer!
Ah, e como não citar a mestra Suzana Aragão que nos provocou a cada abrir e fechar de cortina. Obrigada, cada conselho reverberou e ainda reverbera nesses narizes vermelhos!
E obrigada a todo equipe do VAI, sem vocês o sonho não se tornaria tão real!
Só temos a agradecer, esse foi o primeiro passo de uma longa caminhada. E começamos com o pé direito. Obrigada!
Trupe DuNavô

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ta chegando!!!


Esse ano vivemos MUUITAS coisas com o projeto "Amigos...Colegas...Seres Humanos Palhaços" (contemplado pelo Programa VAI - SP), e agora esta chegando a hora de finalizarmos, e como agradecimento ao bairro de Santana (Zona Norte) que nos acolheu sempre de braços abertos, vamos apresentar o espetáculo "É mesmo uma palhaçada" (na praça Margarida- altura do nº 3521- Av. Cruzeiro do Sul - Santana)
E gostaríamos de partilhar esse momento com vocês!!
Segue as datas:
22 e 29 de Novembro (quinta feira)  13h
08 e 15 de Dezembro (sábado)  15h30

até lá...


Foto: Luca Dardi

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Diferentemente do que já foi... hoje!

1,2,3,4... 5! Cinco?
Opa. tem uma nariz a mais nessa conta!
E como um a mais faz diferença nessa conta... fica mais apertado no carro, não há par na conta e a nossa própria rotina se quebra. Os jogos e os encontros são bem diferentes dos habituais. E toda diferença é bem vinda pra nós!
E diferente mesmo foi o poste que descobrimos; ele buzinava toda vez que alguém o tocava. Era meio sentimental, sabe? Gritava à cada toque. Eu adorei!!! Adoro seres passionais - tive até que ser arrastada para longe dele, pois não resistia e ficava lhe cutucando.
Até dizem que era o carteiro dentro do carro dos correios quem buzinava, mas para mim era o poste! Afinal era nele que eu tocava para que a buzina tocasse - e quem me contou do poste foi o prórpio carteiro. Só podia ser o poste! Foi o poste! Não foi?
E logo depois do poste tinha um ônibus com a porta aberta. Porta aberta? Entramos!
E nele descemos uma avenida inteira. Opa, e agora, como subir de volta? Tá longe...
-Vamos pedir carona!
E não é que uma moça parou. Josiane! Parou e colou cinco palhaços no carro e foi avenida a cima pra nos levar até a igreja. Até saiu do seu caminho... Josiane agora pra mim é nome de anjo, anjo da guarda, anjo caroneiro!
Em frente a igreja pegamos um táxi e andamos um quarto de quarteirão - estavamos cansados demais pra andar tanto!
O dia foi agitado. Andamos de um lado para o outro sem parar.
A Bolots - o quinto elemento desse dia - estava toda perdida, ou seja, estava em casa, porque palhaço que é palhaço está sempre perdido nessa vida.
Foi supimpa o encontro!
Supimpa? Eita palavra diferente da gota! Ó aí a diferença fazendo diferença de novo!
Então pra acabar diferente vamos ver agora o video da trupe dançando conga em cima do caminhão do mercado.
O que produção? O vídeo ainda não tá pronto? O carro dos correios não chegou com o vídeo? Deve ser a greve... dos videos! Que pena, fica pra uma próxima a dança então.
Então vamos terminar como sempre, dizendo: Obrigada e até mais!

Ah, o projeto tá acabando, mas o trabalho da trupe não! Logo, logo tem coisa nova pintando por ai, aguardem!
Até a próxima pessoal! (lembrei do Perna-longa dizendo isso no final dos desenhos. hehe)

Elisa Betana (Gislaine Pereira)



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Greve!!! Greve!!! Greve!!!



Sempre dispostos a encontros e acasos em nossas andanças, pois como disse o poeta: “O Artista vai onde o povo está”.

Saímos mundo a fora para encontrar e ser encontrados... Por todo tipo de seres; racionais e irracionais e também outros ainda não denominados (mas que existem)! 

Fomos abrindo portas e pedindo licença, entrando em lugares em que éramos convidados - não necessariamente pela palavra, mas por um aceno, um sorriso, um olhar curioso ou até mesmo braços estendidos querendo um simples abraço daqueles que apareceram diante deles e lhes olharam nos olhos e os fizeram sentirem-se vivos. 

Conhecemos muitas pessoas, umas menos do que gostaríamos outras mais do que necessitaríamos, mas encontramos e vivemos esses encontros com a maior intensidade que poderíamos. Corremos atrás, correram atrás de nós, corremos juntos e uns pelos outros, fomos presenteados e presenteamos. 

Voltamos para sala de aula (sim palhaço também estuda e bastante) para descobrir o que fazer com todos esses momentos que estão guardados em nossas mentes e que estão querendo sair. E decidimos, junto à nossa mestra, que vamos apurar essas historias mais um pouco nas nossas cacholas antes de colocá-las para fora; o vinho quanto mais tempo guardado melhor - e é isso, vamos deixar maturando para usá-las em outro momento, por enquanto vamos as ruas novamente e agora com outros propósitos; cada encontro vai ter algo proposto por nossa Mestra.   

 Em nossa ultima empreitada saímos pra medir o mundo e descobrimos que isso dá muito trabalho. E para trabalhar precisamos receber - o que não aconteceu, pois nossa chefa, Senhorita Pamplona, não nos pagou. E então decidimos fazer uma GREVE contra os patrões e descobrimos que tem muita gente despreparada no comando. 
E tem muita gente que nem se da conta de que tem outro levando vantagem as suas custas.

Tem gente que não se dá conta disso e ainda por cima paga o pato que deveria ser do outro!



GREVE GERAL!!!
Até que a Pamplona não pague tão mal!


Claudius do Latim - (Renato Ribeiro)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Rememorar


2° Encontro com a Mestra 13/09

Como é lidar com os muitos olhares e com tantas realidades dentro de um só dia?
Burgueses ou plebeus - gravamos na memória o que nos chama, nos identifica e identificados tentamos falar a mesma língua pra expressar e trocar experiências... No que mais se resume a vida do que em uma imensa troca de opinião sobre pontos de vista?

A Mestra mandou que nos lembrássemos de todas as figuras que não saiam das nossas cabeças. Então fomos nós anotando e lembrando quase que como em um filme acelerado os nomes, situações e encontros. E foram tantos que ficamos por quase duas horas falando e relembrando: Seu Jacob, Chicão, Rita, Dona Terezinha, Dona Lu, menino Pedro, Marcão, Vera... Cada um com uma energia e história marcada.
Gostoso perceber que pelo menos um ponto marcante de cada encontro é visto e lembrando pelos quatro DuNavôs. É gostoso saber do quanto gostamos de lembrar, falar e contar muitas vezes a mesma história com jeitinho de novidade.

A Mestra Mandou que escolhêssemos uma figura, dentre tantas, e dela emprestássemos corpo e raciocínio - os outros três palhaços poderiam degustar de mais alguns instantes de sua companhia. Passamos pelos nossos corpos - massageando uns aos outros e contando para o corpo o quanto ele é importante para o trabalho. Passamos pela memória e a veneramos por tamanha generosidade de detalhes e passamos por nós mesmos ao juntar corpo e memória e formar o Seu Jacob (Renas), Chicão (Gis), Rita (Bi) e Dona Terezinha (Sami).

Que delicia de reencontros, rimos e vimos a nossa versão de cada novo encontro. E foi bom, muito bom!

Para finalizar nossa tarde de memória nada melhor do que uma conversa nutritiva regada de lanchinhos.
Esses encontros com a amada Mestra Suzana têm um requinte de saudade e o dobro de vontade - das histórias que vivemos podemos lembrar e das que vamos viver devemos planejar. Sabemos quem somos, por onde passamos e por que voltamos. Sabemos o que queremos e para onde vamos, agora é calma para degustar o caminho. Mais um passo DuNavô!

Samara Montalvão

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

23 de Agosto – Encontro com Suzana Aragão


A Mestra!!!

.Ruas da Santa Cecília.
Massagem pra começar. Caminhem, se olhem. Ninguém manda, percebam!
Duplas. Dois cegos e dois que veem. Um guia o outro.
-É sonâmbula? Leva ela na Igreja?
E lá fomos nós. O mundo se transforma quando os olhos se fecham. Dá medo, mas ai vem a lembrança de que a mão que me guia é de confiança.
Subimos uma montanha até chegar a igreja. Chuto um degrau. Dói o dedo. Mas ouço os passarinhos e tudo passa. Na porta da Igreja tinha uma gaiola de pássaros. Uma imensa gaiola de pássaros. Vamos descer! Descer? Toda aquela escadaria? Não! Não! Não! É um abismo! Se subir, foi difícil, descer será terrível. Medo. Muito medo. Mas calma, respiro. É a Samara que me guia. É a Samara, respiro fundo e a sigo degraus a baixo, tendo que me dizer a cada passo dado que: “é a Samara”.
Ufa, não há mais degraus. Mas sinto o sol.  Logo ali, depois de passarmos pelas galinhas. Galinhas? Que galinhas? Andamos no meio da rua, ouço os carros, os passos, o riso que não se contém do meu lado, saltos altos, meu pé pisando o chão. Chegamos. Não sei onde, mas chegamos! Abro os olhos e não há pássaros, nem galinhas... São pombas.
Trocamos. Eu conduzo a Samara. Não digo nada. Quanto medo. Meu Deus, quanto medo. Ela anda como se fosse bater a cada centímetro. Andamos de costas, corremos, andamos lentamente, de lado, de frente... Andamos! Medo! Medo! Muito medo! Não digo nada. Respiro fundo pra lembrá-la de respirar. Ela respira e anda. Rio. Rio do medo. Rio dela, rio de mim e de nós. A gente tem medo pra burro da vida!
Voltamos!  



Roupas, maquiagens, cabelos... Ah, meu cabelo foi mexido. Riram de mim! Sou levada até o espelho, tenho até uma franja: “Você é muito bonita, não pode! Tem que ter alguma coisa feia! Tem que quebrar!” Aceito. Mas não me acho muito diferente do que faço. Mas o espelho deve ser o outro... E eu acredito nesse espelho!
 Narizes no lugar dos narizes.
Caminhem, se olhem. Ninguém manda! Não é, Rolha? Opa, tem alguém mandando! Prazer! Elisa Betana, Claudius do Latim, Pamplona e Rolha. A Senhora é? Ah, Suzana! A mestra!
Andamos! Paramos! Andamos! Paramos! Sim-tonia!
Fomos às ruas... Tudo diferente. Todos diferentes! Corremos, esbaforidos, parecendo bichos soltos no zoológico.
-Hei, para tudo! Estamos acelerados demais. Não consigo assim!
Respiramos! Ah, agora estamos lá de verdade! Eu cheguei! Eles chegaram! Eis o “X” da questão! Nossa, não é que existe um X bem ali entre nós mesmos. Deve ser uma bomba diz a moça passando. E há vários “X”s espalhados na calçada. Deve ser ataque terrorista. Corremos!!!
Olha só, tem um cara distribuindo fotos e pedindo votos. Vamos lhe dar dinheiro! A Rolha quer trocar dinheiro por dinheiro. Ele concorda, promete que troca. Mas na hora “H” não cumpre.
-ESSE CARA AQUI, PROMETE, MAS NÃO CUMPRE!
Devolvemos as fotos, pegamos nosso dinheiro de volta e então ele quis me beijar. Ali, no meio da rua, sem nem me oferecer flores e bombons antes. Ora, ora, ora... Que folgado. ?Isso é assédio! Claudius se ofereceu para beijá-lo em meu lugar. Os homens não têm tanto romantismo quanto as mulheres nessas horas. Mas ele recusou o beijo do Claudius. Só porque ele não é loiro, preconceituoso viu. Sai de lá prometendo processá-lo por assédio e danos morais e materiais. Mas tratando com político, fiz politicagem e também não cumprirei minha promessa, só de birra!
A Rola conheceu uma senhora, chamada Garrafa (nome pitoresco, não?) e juntas fizeram um número rápido, aliás, foram dois números: o “01” e o “10”. Foi um encontro casual que rendeu esse breve numeral!
Andamos, andamos, andamos...
E então a mestra nos encontrou e disse que tínhamos que fazer o caminho de volta em dez minutos, só podendo parar se algo muito importante nos chamasse a atenção – tínhamo-no feito em 45. Rolha e eu conseguimos – graças a minha tese de que as pessoas sempre te cumprimentam se você só sorrir para elas e acenar com a cabeça. Essa tese nos fazia passar por todo mundo de maneira acelerada e só parar para sorrir. Todo mundo nos cumprimentou! Ficamos mais importantes na volta do que na ida – quando parávamos e dávamos “boa tarde” pra cada um.
Chegamos ao Folias e percebemos que havíamos deixado o Claudius, a Pamplona e a mestra pra trás. Então lá na porta conhecemos o pai do Elvis – um senhor que mora ali nos arredores do Folias e que nunca viu uma peça por lá. Ele nos contou toda a sua vida, enquanto Claudius, Pamplona e Suzana não chegavam. A gente sempre pode fazer um amigo se estiver parado na porta de um teatro e sorrir pra alguém...
Um tempo depois  o Claudius passou por nós correndo, entrou no teatro e saiu de lá com bolo e café, não entendemos nada, mas como quem corre tem pressa, não o interpelamos. Depois chegou a mestra com a Pamplona e nos mandou entrar!
O Claudius ficou ainda um tempão desaparecido. Sumiu no mundo porque encontrou um cara que, pro mundo, não existia e ai eles sumiram juntos debaixo de um viaduto, numa conversa que só eles podem contar...


Gislaine Pereira

domingo, 2 de setembro de 2012

É caminhando que se faz o caminho!


E lá fomos nós para mais um dia de encontros pelo Programa VAI, com o projeto: “Amigos...Colegas... Seres Humanos Palhaços!”.
E nessa terça-feira (21/08) nosso encontro estava marcado na Av. Cruzeiro do Sul. Mas é claro que antes de ir não podíamos deixar de fazer uma visitinha para nossa querida amiga Dona Denise, então lá fomos nós ao encontro de nossa grande amiga que fica na Rua Voluntários da Pátria. Nesse caminho encontramos vários outros amigos que vimos das outras vezes. E é lógico que fizemos outros novos amigos também, como por exemplo a Dona Sônia que trabalha no restaurante que almoçamos, ela ficou muito surpresa ao ver 4 palhaços parados em frente ao restaurante, para lhe dizer “oi”, e ali na porta do restaurante tocamos, cantamos, dançamos, presenteamos e fomos presenteados, um encontro muito saboroso e nutrido de muita alegria.
Mas lá continuamos nós a procura de nossa amiga, e foi em meio a gritos e chamados como: ”Olha eles ai de novo”, “Oi amigos!”, “Nossa quanto tempo...” é que fomos subindo a Voluntários da Pátria, até que fomos abordados por duas simpáticas senhoras de Botucatu que naquela terça-feira estavam levando uma vida de “patroéte” (o oposto de impreguete) segundo elas, que estavam ali para fazer compras naquele dia. E foi ali no meio da calçada que elas ficaram nos dando conselhos de outros trabalhos semelhantes a esse que podíamos fazer, acho que podemos convidar Dona Sebastiana e Dona Lourdes para serem nossas empresarias, já pensou Trupe DuNavô em Botucatu? Junto com essa dupla simpática e de bem com a vida, seria no mínimo MUITO divertido!
E nossa caminhada não parou por ai não, pois logo encontramos saindo de uma loja aquela coisa fofa, o Levi, um bebezinho muito tranquilo que estava no colo de sua mãe, e com ele tiramos foto, cantamos, fizemos bolinhas de sabão, e demos um presente, sim, o Levi havia feito aniversario ou “mêsversário” na segunda feira, e demos uma moto de presente para ele. Ah... pedíamos para a mãe dele a receita de como fazer bebês, e ela deu risada e não passou, disse para perguntamos para as moças que estavam dentro da loja, e quando perguntamos as moças começaram a rir também, e não falaram, conclusão: saímos de lá sem saber como fazer bebês. Mas não desistimos, e quando soubemos contamos pra vocês! ok?
Continuamos a andar e quando olhamos para o outro lado da rua, lá estava ela, Dona Denise, já com sua mochila nas costas pronta para ir embora, nós então ficamos de um lado da rua, ela do outro e um monte de carro passado entre nós, e então  ficamos com beijinhos e tchauzinhos  a distância. Dona Denise desceu a rua e nós continuamos seguindo o nosso caminho em direção a Av. cruzeiro do sul, e quando chegamos resolvemos subir a Cruzeiro até o farol, para depois descermos em direção  ao terminal de Santana, e assim fizemos. Até que encontramos na frente de um brechó s Dona Dirce que estava sentada em um banquinho, e o Sr. Jacob, ou melhor, o Jacob (ele não gosta de certas formalidades, como senhor/senhora). Quando chegamos o sol estava batendo bem na porta do brechó,  e não conseguíamos nos ver direito, então mudamos de lado e Dona Dirce conseguiu nos ver melhor, e percebeu que tínhamos instrumentos, então ela pediu  “Vocês poderiam tocar uma música pra mim?” e assim tocamos, Dona Dirce nos acompanhou cantarolando e o Jacob, ficou o tempo todo calado só observando dali do cantinho as músicas  que estávamos tocando. Até que Rolha e Betana foram conversar com ele (aquela figura simpática, que até o presente momento não havia trocado uma só palavra conosco). Então elas o cumprimentaram e perguntaram se estava tudo bem, eis que um largo sorriso surge no rosto de Jacob e ele diz: ”Sim, esta tudo ótimo, afinal hoje o céu mandou três anjas aqui pra terra” e olhando para o Claudius ele disse: ”mandou um anjo também, mas é que eu prefiro as anjas, entende?”. E ali com o Jacob e a Dona Dirce, ficamos um bom tempo, um bom tempo mesmo, ali nós cantamos canções regionais e populares, rock' n' roll, arriscamos até um tango e improvisamos algumas canções que fez Dona Dirce soltar o vozeirão e Jacob dançar uma dança que “só Jacob dança” como ele mesmo fala, fizemos uma verdadeira festa ali na frente do brechó. Quando estávamos indo embora, Dona Dirce disse: “ esperem mais um pouco, que eu vou chamar a Rita” . E quando a filha da Dona Dirce chegou, a Rita, a festa retomou e juntou mais convidados, pois lá estávamos nós quatro , mais a Dona Dirce, o Jacob, a Rita, o Joselito e o Fernando que não resistiram e foram festejar conosco também,  festejar o que? Eu também não sei! Mas agora pensando, acho que estávamos festejando o encontro, a terça-feira, o casamento de Rolha com Jacob, o sol, os novos amigos ou a vitória, como disse a Dona Dirce. Depois de tantos festejos, hora de ir embora, era o que achávamos que iria acontecer, mas o que não sabíamos é que eles preparavam um novo encontro para nós, pois a Rita e a Dona Dirce, que  moram na parte de cima do brechó, pediram para nós fazermos uma visita ao Marcão, um rapaz que elas cuidam e mora lá com elas também, e é claro que lá fomos nós ao encontro de mais uma amigo naquele dia tão especial. Quando chegamos fomos recepcionados pela a cachorrinha Suzy, uma gracinha, que ficava correndo e cheirando aqueles quatro palhaços que “invadiam” a casa dela. Então entramos no quarto do Marcão, e ali fizemos mais uma festa com aquele policial aposentado e ex-motorista do Senna, sim senhoras e senhores, o Marcão dirigia o carro do melhor piloto de fórmula 1 que o Brasil já teve, Ayrton Senna! Quanta honra! E é claro que depois de sabermos de TUDO isso, não podíamos deixar passar em branco, então lá fomos nós fazer a maior festa novamente, afinal acho que o Marcão reside na casa mais festeira de todo o bairro de Santana. Quando estávamos indo embora a Rita disse para tirarmos uma foto com Marcão da próxima vez que fossemos para lá, então ela anotou a data em um papel  e disse que daria um banho no Marcão e o deixaria bem bonito para foto, nós também anotamos a data, pois teremos que dar um banho na Pamplona e tentar deixa-la bem bonita para a foto também!
Bom... quando voltamos para a rua, nos demos conta que a tarde de terça-feira estava acabando, e que nós tínhamos ficado ali com os nossos novos amigos, quase que a tarde toda, o que foi uma delicia de encontro e de festa. E não vemos a hora de encontra-los novamente e festejar sei lá o que e sei lá aonde.
E assim terminamos mais um dia de encontros com mais um monte de : “Amigos... Colegas... Seres Humanos Palhaços!”.



Gabi Zanola