São
Paulo, 24 de julho de 2013
“Ventava,
fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo...
Nevava.” (Carlos Drummond de Andrade)
Fazia frio em São Paulo...
Nevava.” (Carlos Drummond de Andrade)
Sensação térmica: menos sangue circulando nas mãos
do que o necessário para mantê-las funcionando.
Temperatura da rua: muito, muito, muito gelado
mesmo!
Levamos dezenas de casacos nas mochilas, estávamos
prontos para ir às ruas enfrentar aquilo que mais parecia ser uma nevasca no
centro de SP, mas ao chegarmos na Santa Cecília percebemos que não havia
ninguém nas ruas... Era como se fosse cair neve do céu a qualquer momento e
ninguém estivesse preparado para, ou disposto a, enfrentar aquele tempo. Depois
de andarmos pelos arredores do metrô e nos reunirmos com a nossa mestra,
decidimos que o melhor era cancelar esse dia de intervenção, pois não havia sentido
em ir para a rua com aquele tempo.
Então ficamos (cheios de malas) fechados dentro do
Folias discutindo questões técnicas e burocráticas... O mal tempo nos trouxe a
oportunidade de discutir os tempos futuros, analisar o que seria feito daqui
para frente e levantar uma lista do precisaríamos para concretizar tais
planos...
E se fizéssemos um livro? Um livro enorme... Para
que? Para recolhermos tudo aquilo que queríamos recolher; lembranças, sonhos,
vontades, histórias, sombras... E se fossemos recolhedores? Recolhedores de
coisas valiosas que ninguém dá valor e nem para pra avaliar! Porque se todas as
coisas registradas no mundo virtual se perdessem num grande bug nós ainda teríamos algum registro.
Hum... Gostamos!!! Gostamos muito! Quem pode fazer o livro? De que material?
Quando começamos? Onde compramos? A verba vai dar? Precisamos fazer um como
teste...
Quanta
coisa! Ainda bem que fez frio, porque assim pudemos por tudo no papel e
discutir cada vírgula escrita ali. Ainda bem que temos papel! Ainda bem que
teremos um livro...
(...continua)
(...continua)
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