terça-feira, 14 de agosto de 2012

Agosto é mês do que mesmo?

Ave César!

Entramos no nosso 3° mês de atividades no bairro de Santana, exatamente no mês de Agosto, um mês cheio de superstições, crendices e acontecimentos históricos que reforçam ainda mais o apelido de “Mês do Cachorro Louco”.
A Primeira Guerra Mundial começou  em Agosto 1914, as bombas jogadas em Hiroshima e Nagasaki na II Guerra Mundial foi em Agosto de 1945, Juscelino Kubitscheck faleceu em um acidente de carro em Agosto de 1976, a construção do muro de Berlim começou em Agosto de 1961 e uma outra curiosidade é que o nome deste mês foi dado pelo Imperador Cesar Augusto em homenagem a ele mesmo, nada modesto, né?  Agosto, do Latim, Augustus que significa algo majestoso e assim foi nosso dia: majestoso.

Voltamos a nossa formação original, com todos devidamente narigados; Claudius Dolatim, Elisa Betana, Pamplona e Rolha!
Fomos para um novo lugar: R. Dr. Zuquim. Nos encontramos novamente com Dona Denise que nos disse que conta para todos que a visitam em casa e perguntam: "-Quem são esses palhaços neste porta retrato com você?", ela responde toda orgulhosa: "-São meus amigos palhaços!" E como é gostoso saber que mesmo longe ainda estamos presentes em sua vida. Muito obrigado Dona Denise, por nos colocar dentro da sua casa!


E estamos em mais lugares do que imaginamos, até o que é serviço de outros querem que façamos... Nós estamos nas ruas para  interagir com pessoas que estejam dispostas a interagir conosco. Mas hoje ao passarmos por um morador de rua, que estava dormindo, fomos questionado por um senhor que estava no ponto de ônibus:
 -Por que vocês não foram lá falar com ele?
 -Simples, por que ele esta dormindo e não queremos incomodar, eu particularmente detesto quando me acordam!
-É, vocês estão na profissão errada, quando veem alguém que precisa de um pouco de felicidade, só por que é morador de rua você passam direto!
Uma outra senhora que estava na mesma fila, disse-nos que estávamos certos e que não deveríamos acordá-lo. Rolha, foi até o morador que dormia tranquilamente e colocou uma flor próxima a ele. Claudius se virou para o Senhor e disse:
 - Amanhã irei te ligar as 3h da madrugada para te acordar, só para contar uma piada e te fazer feliz, pra saber se você irá gostar!
Ele desconversou e nós fomos embora.

Ah, só tenho uma coisa a dizer a este senhor, nós estamos na profissão certa, somos palhaços, sabemos muito bem onde somos bem vindos e onde somos convenientes, e na próxima eleição veja bem quem você coloca no poder e saiba de quem deve cobrar.
Mas nem só de encontros truncados foi o nosso dia, conhecemos a Vera. Que nos acompanhou pelo outro lado da calçada até a faixa de pedestre onde nos encontramos e seguimos para uma lanchonete, onde brindamos nosso encontro, Vera, Trupe e Roberto - um senhor muito simpático que estava por ali. Brindamos, trocamos contatos e nos despedimos, foi realmente um encontro “Majestoso”.
Pensando bem, coisas estranhas realmente acontecem neste mês de Agosto...
Rolha quebrou a borracha da porta do carro de um garoto que a convidou para dar um passeio, mas logo em seguida desistiu do programa.
Fomos perseguidos por algumas garotas, que queriam de volta o sorvete delas - Elisa Betana pegara emprestado, e não queria devolver - nesse caso corremos bastante até despistá-las.
Ah, outro fato bem estranho ocorrido no mês de Agosto, foi no ano de 2012 no bairro Parada Inglesa, bem próximo a Santana, onde um aposentado ergueu um muro em volta da praça ‘Nossa Senhora dos Prazeres’, alegando que aquele terreno é dele.
Que coisa de louco, só no mês de Agosto para acontecer umas coisas dessas mesmo, viu!

Renato Ribeiro - (Claudius do Latim)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

27 de Julho... um outro olhar

Foi naquele 27/07, era uma quarta feira, tudo parecia normal no bairro de Santana, havia muitas pessoas nas ruas. Como de costume era um vai e vem de carros, os sons das lojas eram altos, uns vendiam outros compravam, outros passeavam... Tudo normal. Uma quarta feira comum como outra qualquer. Estação Santana cheia como sempre, com filas e mais filas de ônibus. Vejo lá no fundo em uma das filas, uma senhora, que estava com fone de ouvido, ouvindo uma música (e sabemos que quando estamos com fone de ouvido ouvindo música na rua, nos desligamos do mundo, ou melhor, ficamos em outro mundo), e pude perceber que com essa senhora não era diferente, ela estava ali com seu fone, olhando para baixo e sempre muito séria, sem saber o que passava ao seu redor. Até que surgiu na sua frente uma bolinha de sabão, a senhora depois de muito tempo de cabeça baixa, levantou e começou a procurar de onde viria aquela inesperada bolinha de sabão em plena Estação Santana... Quando ela descobriu que aquela bolha vinha de três palhaços que andavam por ali naquele dia, imediatamente ela tirou o fone e lá de longe ficou observando as estripulias do trio, e eis que em seu rosto (até agora muito sério) surgiu um tímido sorriso. De longe a trupe acena para ela, que responde com um sorriso maior. A trupe seguiu seu caminho e a senhora os acompanhou de longe até eles dobrarem a esquina e deixarem para traz o terminal.

Fiquei ali parada por algum tempo e aquela senhora continuou sorrindo. Comentou algo com a moça da frente, que também sorriu, e a aquela “normalidade de quarta feira” se modificou por alguns minutos.
De fora pude observar o quanto esse trabalho atinge pessoas indiretamente; por que às vezes nos deparamos com pessoas que não querem se aproximar por diversos motivos, ás vezes elas só querem ,ou só podem, ficar ali no cantinho delas e acompanhar o trabalho de longe, como foi o caso dessa senhora no ponto de ônibus, e não é por isso que elas deixam de ser afetadas pelo trabalho. Mas também existem as pessoas com quem agimos diretamente, pessoas que querem estar ali conosco brincando, conversando, jogando junto. Como foi o caso do Sr. Ademir, um porteiro que assim que chegamos, já abriu um sorrisão e começou a brincar, e ali com o Sr. Ademir ficamos quase 10 minuntos, só brincando, dando risada, falando bobagem. E quando saímos ele me pegou pelo braço e disse: “Sabe minha filha, as pessoas não entendem que o importante da vida é sorrir , não importa se você tem dente ou não, se é gordo ou magro, o importante é sorrir SEMPRE. E vendo esse trabalho de vocês, muitos devem pensar: 'mais que bobagem, por que eles estão fazendo isso?' Mas as pessoas tem que entender o significado dessa bobagem, entende? Muito bonito o trabalho de vocês filha, que Deus os abençoe e que permita que vocês continuem fazendo essas bobagens por muitos e muitos anos”.
Muito obrigada você Sr. Ademir e a todos que me deixaram observar naquele 25/07, que a Trupe DuNavô ganhou mais um tanto de “Amigos...Colegas...Seres Humanos Palhaços”

Gabi Zanola (Pamplona) - que nesse dia foi trabalhar a paisana!