quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

o que é ser Palhaço!?

Momento Homenagem (ao mestre com carinho)


"Eu quero explicar a vocês
O que é ser um palhaço
O que é ser o que eu sou
E fazer isso o que eu faço

Ser palhaço é saber distribuir
Alegria e bom humor
E com esforço contentar
O público espectador

Muita gente diz “Palhaço”
Quando quer xingar alguém

Palhaço Picolino II - Foto de Luis Alfre
E esse nome pronunciam
Com escárnio e desdém

E ao ouvir esta palavra
Outros sentem até pavor
Como se palhaço fosse
Criatura inferior

Mas de uma coisa fiquem certos
Para ser um bom palhaço
É preciso alma forte
E também nervos de aço

E além de tudo é preciso
ter um grande coração
para sentir isso o que eu sinto
grande amor à profissão

O Palhaço também tem
Suas noites de vigília
Pois lá na sua barraca
Ele tem a sua família

Palhaço, meus amigos,
Não é nenhum repelente
Palhaço não é bicho
Palhaço também é gente

Falo isso em meu nome
E em nome de outros palhaços
Que muitas vezes trabalham
Com a alma em pedaços

Ser palhaço
É saber disfarçar a própria dor
É saber sempre esconder
Que também é sofredor

Porque se o palhaço está sofrendo
Ninguém deve perceber
Pois o Palhaço nem tem
O direito de sofrer"




Roger Avanzi  (Palhaço Picolino II)

Encontros e Reencontros

Quando estamos trabalhando o tempo passa rápido, parecem minutos o que na verdade são horas. Muitas vezes somos lembrados de que devemos descansar. Parece que quando fazemos algo com muito prazer o tempo não passa, escorre entre os dedos sem que a gente se de conta, só se percebe depois que as mãos estão úmidas e um tanto quanto diferentes.
Crianças e adultos nos olham com brilho nos olhos. Vivemos dezenas de reencontros. Pra nós é uma grande alegria rever pessoas que conhecemos meio que por acaso, mas que marcamos e nos marcaram de algum jeito.
Interagimos com músicas, bolhas de sabão e cenas, a cada novo encontro um novo jogo e uma nova história acontece, a cada novo encontro, conhecemos outras pessoas e outras tantas risadas

Trupe DuNavô

Foto: João Bosco - São Caetano do Sul (na foto dona Marlene)


INTERVENÇÃO na III ENTOADA NORDESTINA São Caetano do Sul

Intervenção é um tipo de manifestação artística, geralmente, realizada em áreas centrais de grandes cidades. Consiste em uma interação com um objeto artístico previamente existente.
Para a intervenção nesse evento brincamos de ser uma trupe mambembe que, teve como ponto de partida textos e personagens de Ariano Suassuna, representa cenas, entoa versos, loas e brinca com cançonetas populares levando o público àquele velho lugar do brincante, tão visto e querido dentro das tradições  populares do nosso povo.
Sabemos que o brasileiro, e o nordestino ainda mais, têm como forte característica o dito “calor humano”. Somos um povo que gosta de contar causos, chamar pra tomar um café, contar anedota e ter uma boa prosa no quintal de casa. E é por isso que a trupe optou por fazer uso dessas características, tão tipicamente do nosso povo, para realizar intervenções artísticas nesse evento que veio celebrar a cultura nordestina, porque afinal; todos temos um pouco do nordeste em nós.
Adentrar aquele lugar era de encher os olhos, parecia que um universo inteiro havia sido levantado naquele parque, e era visível o que toda aquela festa causava nas pessoas.
Os laços lá se estreitavam com mais força. Os abraços tinham mais intensidade e a alegria saltava aos olhos. Parece que relembrar as raízes traz essa sensação boa de que somos todos uma grande família. Família... Ai está uma palavra que define bem a relação que tivemos com toda população e com a produção da entoada. 
Enchemos o parque de bolinhas de sabão, fizemos as pessoas cantarem conosco, acalentamos um garotinho que chorava no colo da mãe, apresentamos uma fanfarra de crianças, ensinamos músicas, aprendemos outras... É sempre muito bom viver esses encontros, pois é daí que advém nossa arte, acreditamos no encontro e sempre que há espaço pra isso, lá estamos, querendo ouvir, cantar, contar um causo ou simplesmente oferecer um sorriso.

Trupe DuNavô

Foto tirada durante a III Entoada Nordestina de São Caetano do Sul 

São Bernardo do Campo

No dia 04 de setembro participamos do Movimenta São Bernardo, com o espetáculo "É mesmo uma Palhaçada!" realizado no Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena, em comemoração aos 458 anos da cidade, foi em um lindo domingo de sol, onde pudemos ter contato com os moradores e outros artistas da cidade!
PARABÉNS SÃO BERNARDO DO CAMPO!!!  

Trupe DuNavô

Foto de Fernando Proença, durante a apresentação em São Bernardo do Campo

É mesmo uma Palhaçada!

Esse é o nome do primeiro espetáculo da Trupe DuNavô, pois vimos que nosso espetáculo era uma grande brincadeira, era mesmo uma PALHAÇADA!! como costumam dizer por ai, por isso...
Brincando de circo, quatro palhaços se divertem apresentando cenas em um animado Cabaré. 


Foto tirada durante Festival de Cenas Curtas SENAC
Começando com cortejo, trazem para o público cenas de habilidades musicais, mentais, emocionais, domadoras, hipnóticas e de pura besteira. Cenas clássicas e contemporâneas fazem do universo mágico do palhaço um prato nutritivo de alegria e bom humor.





Trupe DuNavô

De onde viemos? Para onde vamos?

Essa é a mais nova casa da Trupe DuNavô,  aqui compartilharemos nossas experiências. Por termos o palhaço como “ponto de partida”, acreditamos que ele personifica características e estados existentes na vida e que normalmente são negados. A fragilidade, a inadequação, a ingenuidade infantil, o ridículo, a figura legítima do erro, por que dela se ri e com ela se encontra a essência do humano, os prazeres humanos excluídos da moral e bons costumes. O palhaço no jogo da sociedade está como “café com leite”: ele sabe as regras, finge que não as sabe ou não quer respeitá-las ou as transforma segundo sua própria lógica, e isso lhe dá o direito de brincar, zombar, criticar, desarrumar, enfim, ele pode tudo, mas nem tudo o convêm. O palhaço sabe exatamente tudo o que está fazendo e usa o humor com sabedoria, pois dele depende sua existência.
O palhaço vem como referência de riso simples e sem preço; um tropeço, um trocadilho ou uma risada inadequada muda à ordem da rotina, coloca um sorriso onde ficaria um silêncio.  
Foi o palhaço que nos despertou para a comicidade presente em todo e qualquer ser humano. Ele foi – e sempre será – nosso mote central. É onde bebemos e para onde corremos quando buscamos referencias de comicidade. Como diz um sábio ditado popular: “De médico e de louco todo mundo tem um pouco”, e o palhaço é esse louco que habita em nós e que poucos tem coragem de mostrar, mas que quando se mostra cativa e faz com que todos se identifiquem, pois quem é que nunca levou um tropicão na frente de um monte de gente que atire o primeiro tomate. 

Trupe DuNavô

Foto de João Bosco, no dia de Brincar São Caetano do Sul